domingo, 17 de abril de 2011

Gestores devem se tornar designers

Há momentos em que o ritmo das mudanças é tão rápido, que vivemos em um constante estado de beta. Nossos modelos de negócio estão derretendo, nossas carreiras pessoais estão se transformando ou desaparecendo e há menos certezas sobre o amanhã do que em qualquer outro momento de nossas vidas. Cada setor, cada empresa e cada um de nós é varrido por esta verdadeira enxurrada de mudança.

A inovação já não acontece apenas sobre novas tecnologias, mas trata-se também de novos modelos de organização. O design deixou de estar relacionado apenas à forma, e passou a ser método de pensamento. E as inovações de alta tecnologia não valem mais apenas pela sua velocidade e desempenho, mas pela colaboração, conversação e co-criação.

Inovação, design e tecnologia são conceitos que tem se unido em um único rio de mudança, alterando radicalmente nossa cultura e, especialmente, a cultura empresarial. Por trás dessa convergência de inovação, design e tecnologia algumas forças mundiais se tornam ainda maiores, como a mercantilização do conhecimento e a cultura Do It Yourself. A democratização do design e da inovação tem permitido que, tanto a sabedoria quanto a loucura das multidões influenciem diretamente a forma dos produtos, serviços e marcas.

A popularidade do design hoje em dia é devida, em grande parte, ao fato de que empresas tem pensado em como conectar seus projetos à população de consumidores de uma forma profunda, fundamental e honesta. Se seu negócio é vender mitos, você não precisa de design, mas de uma grande agência de publicidade. Mas se você quer vender autenticidade e integridade, então você tem que pensar em design. Se seu negócio é a co-criação, está na era da rede social, e você deve pensar em design. De fato, sua marca está cada vez mais influenciada e definida pelas comunidades de rede, não pela sua agência de publicidade. O Design Thinking, nova metodologia aplicada aos negócios, que busca criar significado para as pessoas, é também responsável pela popularidade do design.


No mundo dos negócios de hoje, custo e qualidade são commodities, o preço de entrada para o jogo. Concepção e design são as novas variáveis, que podem trazer vantagens e boas margens de lucro às corporações globais. No mercado global de hoje, ser capaz de entender o consumidor, criar protótipo de possíveis novos produtos, serviços e experiências, filtrar o bom, o mau e o feio e entregá-los às pessoas que os querem, é uma metodologia de gestão atraente.

As pessoas querem projetar suas próprias experiências, ou pelo menos ter voz nelas. As pessoas estão cada vez mais na concepção dos seus próprios sapatos e roupas, as suas próprias páginas de internet, sua própria interface, suas próprias casas. E quando elas não estão, elas querem que os designers e gestores entendam e traduzam o que elas têm a dizer.

Com as redes sociais, a Nike está mudando a maneira como a empresa concebe e fabrica. Mas não é uma questão fácil, pois as marcas tem ideologias. Elas representam coisas, e as pessoas acreditam nessas coisas. Quando a cultura de mudanças é instaurada, a empresa precisa se mover com ela. O design não deve desistir de sua habilidade especial para visualizar idéias e dar forma às opções. O projeto deve se estender para abraçar uma expressão mais abstrata e formalizada de como se traduz empatia para a criatividade e, em seguida, para construir a experiência. Ser ampla, não restrita. Global, não paroquial.

Existem duas grandes barreiras à inovação e design no mundo de hoje: CEOs ignorantes e designers ignorante. Ambos são bem-intencionados e certeiros em seus próprios caminhos, mas ambos podem ser personagens bastante perigosos.

Os gestores devem se tornar designers, não apenas contratá-los. CEOs do mundo inteiro devem abraçar o pensamento do design, e não apenas contratar alguém que o conheça.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Gestão de processos

No decorrer da execução de projetos, às vezes nos deparamos com a sensação de ele não terá fim. Em outras palavras, podemos perceber que aquilo que era um projeto tornou-se um processo contínuo.

Mas como identificar um processo? O que distringue um processo de um projeto?

Em comum, projetos e processos têm início e fim, geram entregas e são passíveis de medição de desempenho. No entanto, projetos têm um fim único e entregas específicas, seja a construção de um edifício ou o desenvolvimento de um protótipo.

Projetos geram uma mudança de patamar, enquanto processos estão relacionados a entregas rotineiras, à repetição e continuidade. Nesse sentido, pode-se relacionar projetos a investimentos e processos à custeio.

Um projeto pode até visar à melhoria de um processo: projeto de redução do tempo de produção em uma indústria, por exemplo. O projeto terá um fim único e vai criar um novo patamar de eficiência, enquanto o processo de produção continuará sendo um processo.


Dessa forma, se descobrir que seus projetos são processos, comece a gerenciá-los. A gestão de processos possibilita reduzir o vácuo existente entre a estratégia e os processos, ou seja, guiar os processos rumo ao alcance da estratégia. Gerir processos pode significar a redução do retrabalho, a agilização das entregas e o aumento da previsibilidade, principalmente em ambientes de alta complexidade, em que é grande o número de pessoas envolvidas ou a quantidade de subprocessos.

Quando o processo não está claro, o gestor do processo perde o controle sobre ele. Porém, quando se clarifica os fluxos e regras, o entendimento torna-se uniforme e ganha-se efetividade gerencial, reduzindo o esforço do gestor.

Analise os projetos que você tem executado. Eles são realmente projetos ou são processos? Comece, então, a gerí-los e crie bons projetos para a melhoria de seus processos.